Pyramids: My Bloody Motomami

julho 13, 2025

Pyramids - "Pythagoras" (The Flenser)

Shoegaze, Reggaeton, Black Metal - Texas, EUA

Calcule a seguinte equação: o som atmosférico do Shoegaze mais o ritmo marcante do Reggaeton elevado à potência do Black Metal.

Se você conseguiu fazer a conta de cabeça, encontrou como resultado o som do Pyramids, que, em seu novo álbum "Pythagoras", cria uma nova fórmula musical com a massa sonora de grandes nomes do Shoegaze, como My Bloody Valentine e Slowdive, e a energia do Reggaeton da diva Rosalía, no seu icônico disco Motomami, se encontrando em um ângulo que está em algum grau entre o Deftones, o Nine Inch Nails e a Violent Magic Orchestra.

A soma de todas essas incógnitas nos coloca na faixa inicial "Fools Gold (Mi Vida Ha Ido Pa Atras)", um Black Metal melancólico intensificado pelo Shoegaze e por batidas hipnotizantes de Reggaeton, conduzidas por versos em espanhol se revezando com trechos em inglês.

Na sequência, vem a atmosfera sedutora e provocante de "Pretty Pigs", com trechos de Música Eletrônica somados aos elementos anteriores e entrelaçados a desejos que estão se transformando em uma espécie de loucura.

"Mira Mirame Brillar", sobe na moto de Rosalía e transforma Motomami em uma hipotenusa se equilibrando nos catetos opostos do Pop em Inglês com batidas de Trap e do Metal com solos de guitarra e berros que poderiam ser de Chino Moreno, do Deftones, ou de Trent Reznor no Nine Inch Nails, enquanto tudo se alinha ao som de trompetes típicos da música latina tradicional.

Todos esses fatores atingem o ponto mais alto da parábola em "God Of Light", um verdadeiro "gospel" de sete minutos nos quais o ouvinte aprende a contar nos dedos com unhas postiças a quantidade de referências diferentes que, divinamente, se juntam em uma figura geométrica perfeita, guardando em si algo que poderíamos chamar de "My Bloody MOTOMAMI", "SAOKOvlaki", "slowBISCOCHITO", "Shoegaze possuído pelo ritmo ragatanga", ou, como algo que se esconde em uma pirâmide, deve ser tratado com admiração pela sua beleza incomum e misteriosa.